Agência Geral do Ultramar, Lisboa, 1955. In-4.º de XXXV-290-III págs. Br. Ilustrado com estampas fora do texto.
[Obra com a biografia de João Fernandes Vieira (dito o Castrioto
Lusitano) nascido em 1602 na Ilha da Madeira, numa das freguesias do seu
concelho. Morreu em Olinda, Brasil, em 1681. Viajou para o Brasil com 11 anos
de idade e começou a sua carreira militar em 1630. Durante a ocupação holandesa
foi feito capitão (Ritmeester) de uma companhia de cavalaria holandesa e membro
da assembleia legislativa que o Conde de Nassau convocou em 1640. A guerra
generalizada levou-o também à prisão. Em 1642 começaram as conversações para a
sublevação e em 1645 tomou armas com os restantes moradores de quatro
capitanias brasileiras que aclamaram a liberdade. Durante a ocupação holandesa
subsídiou os seus exércitos próprios e os da coroa, sem ter sido compensado
monetariamente na totalidade. A sua heróica acção militar no Brasil estendeu-se
a Angola, onde chegou com 2 navios e 200 homens em socorro da cidade de Luanda.
O Papa Inocêncio X, pela sua defesa da religião católica, conferiu-lhe o título
de «Restaurador da Religião Católica no Brasil». Vieira era dono de 3 engenhos
de açúcar e de 1500 escravos, adquirindo uma grande fortuna e muitas benesses
régias. Na sua descendência contam-se filhos ilegítimos de “uma mulher que
tinha raça do gentio da Guiné”. No frontispício gravado por Clemente Billingue
na obra seiscentista 'Castrioto Lusitano' - reproduzido aqui em fac-simile -
figura o retrato do herói e o seu brasão com as armas de Dornelas cortadas de
Moniz, que era o selo que utilizava]. Bom exemplar.
€ 42,00